A História do Bodyboarding

A História do Bodyboarding

Tom Morey, foi o criador da primeira prancha, a Morey Boogie, e portanto do bodyboarding moderno. Ele é tão importante para o esporte que até hoje tem gente que chama bodyboarding de boogie board (principalmente no Hawaii) ou, ainda no Brasil, simplesmente de morey boogie.

Claro que Tom Morey não é responsável pela invenção da arte, ou esporte, ou estilo de descer ondas deitado sobre uma pequena prancha. Existem relatos datados do século XV mostrando polinésios surfando deitados e de "proto-dropknee". Essas pequenas tábuas rudimentares ("alaias" em polinésio) eram consideradas "pranchas do povo", já que apenas à realeza era permitido surfar em pé (sobre pranchas maiores, chamadas de "olos") - o que se confere por um lado ao surf stand-up o status de "esporte dos reis", por outro comprova que ha mais de quinhentos anos o bodyboarding é a maneira mais divertida de correr uma onda.

De volta ao século XX, mas ainda antes de Morey, diversos tipo de belly boards (pranchas de barriga, literalmente) foram usados: as planondas de madeira (conhecidas no Hawaii por paipo boardse utilizadas até hoje), pranchas de isopor, colchões plásticos infláveis... Mas coube a Tom Morey o mérito de transformar uma brincadeira de praia em um esporte ultra-radical com mais de 1 milhão de praticantes por todo o mundo e uma indústria que movimenta muitos milhões de dólares em equipamentos, campeonatos, mídia...

Esse sonho teve início em 1971, quando Morey deixou a indústria de pranchas na Califórnia e mudou-se para o Hawaii, disposto a seguir carreira de baterista de jazz. Ao mesmo tempo, Tom não parava de pensar na criação de algo que fosse a prancha mais veloz, mas que pudesse ser surfada de outra maneira. "Não havia muitas opções naquela época", lembra Morey. "Ou você
comprava uma prancha de isopor escrota de US$ 3,97 que quebrava num segundo ou então um colchão de ar que dobrava e não fazia curvas.

Dizem que a necessidade á a mãe de todas as invenções. E com Tom Morey não foi diferente. Um mês mais tarde, já vivendo em um pico chamado Honois, na Big Island, Tom foi pego de calças curtas: havia ondas perfeitas, mas ele não tinha nenhuma prancha. À sua disposição, apenas nove pés de bloco sem forma. A primeira coisa que Morey fez foi cortar o bloco ao meio - e então ele tinha dois pedaços que precisavam ser transformados em algo que ele pudesse surfar. Tom passou o dia testando maneiras de shapear a prancha e descobriu como moldar o bloco . "Eu desenhei algumas curvas na espuma com uma caneta,e fui para a acama".

Na manhã seguinte, Tom Morey começou a dar vida à sua criatura. Fez pranchas tão largas quanto pode e esculpiu os bicos quadrados, para deixá-las mais fortes e ao mesmo tempo criar um ponto onde elas pudessem ser seguras. As bordas foram inspiradas num tipo de prancha chamada Hot Curl. "As Hot Curl são das décadas de 20 e 30", explica Tom, "construídas antes das quilhas serem usadas". As bordas de 45 graus deram um aspecto inovador à invenção de Morey. "Elas pareciam ótimas, mas não tinha certeza se funcionariam".


Tom não perdeu tempo. Correu para o mar com seu novo brinquedo. O resultado foi melhor do que ele esperava. "Pela primeira vez, pude sentir a onda através da prancha. Em prancha de surf, você não sente cada nuance da onda, o que você Na manhã seguinte, Tom Morey começou a dar vida à sua criatura. Fez pranchas tão largas quanto pode e esculpiu os bicos quadrados, para deixá-las mais fortes e ao mesmo tempo criar um ponto onde elas pudessem ser seguras. As bordas foram inspiradas num tipo de prancha chamada Hot Curl. "As Hot Curl são das décadas de 20 e 30", explica Tom, "construídas antes das quilhas serem usadas". As bordas de 45 graus deram um aspecto inovador à invenção de Morey. "Elas pareciam ótimas, mas não tinha certeza se funcionariam".

sente é como um pedaço de fibra de 7 pés desliza sobre a onda. Mas com minha invenção eu podia sentir cada milímetro da onda". Era o dia 9
de julho de 1971 - e o bodyboarding estava nascendo!

"Essa coisa funciona, é durável, barata, leve, segura, impermeável... Meu Deus, isso pode ser realmete alguma coisa grande!" Tom Morey estava realmente encantado com a pranchinha. Tanto que vendeu uma para seu vizinho por apenas dez doláres. "Eu precisava saber se alguém a compraria", explica Tom. "Depois de vender uma, senti que poderia vendê-las em qualque lugar".

De volta à Califórnia, ainda em 71, cheio de idéias mas com apenas mil dólares no bolso, Morey saiu em busca de um parceiro para fabricar sua invenção. A gordon & Smith foi a primeira a acreditar em Tom e oferecer-lhe uma chance: 280 dólares por semana e 5% do faturamento bruto da invenção, que até então não tinha nome. O gerente de vendas da G&S, numa das previsãoes mais furadas da história, ainda profetizou: "Você nunca vai conseguir 13 dólares por essas coisas..." Felizmente para Morey - e para todo o bodyboarding - o cara estava redondamente enganado.

O passo seguinte era conseguir um nome para "a coisa". A idéia inicial de Tom era chamá-la de S.N.A.K.E. (side, navel, arm, knee, elbow) ou, traduzindo, lado, centro, braço, joelho, cotovelo - as partes do corpo envolvidas quando se surfa. Mas a aceitação feminina na fábrica da G%S para "snake" (cobra, em inglês) foi tão negativa ("Ai, eu não gosto de cobras!") que Morey acabou
escolhendo outro nome. "Boogie foi uma grande onda musical", explica Tom. O nome tinha balanço e combinava com a prancha. Morey Boogie - ainda se ouviria falar muito nesse nome...

A Morey Boogie só deslancharia quase dois anos depois, quando Tom já havia saído da G&S. Até então as pranchas não tinha "pele" cobrindo do deck, o bottom e as bordas. "O acabamento não era bom o suficiente para chegar ao mercado, por isso fiquei trabalhando em outros projetos na G&S", explica Morey. Mas nesse período Tom acabou se divorciando e tendo de vender seu rancho no Hawaii. Com sua parte na venda, 26 mil dólares, pediu as contas na G&S e decidiu dar outra chance aos boogies. Durante uma visita a uma fábrica de espuma , ele viu alguns pedaços de pele jogados em um canto. "Quando colei a pele no "core" das pranchas, elas se tornaram lisas e brilhantes". As Morey Boogie estavam finalmente prontas para serem vendidas. Ao invés de tentar repassar os bodyboards em surf shops, Tom preferiu anuncá-los na revista Surfing e vender por reembolso postal. Elas custavam 37 dólares, porque essa era minha idade na época e o suficiente para pagar minhas contas". No dia seguinte à publicação, cinco pedidos chegaram à sua casa. "185 dólares em um dia!", se lembra Morey. O sonho de Tom até que enfim começara a explodir.

Quase trinta anos depois, o sonho continua mais real do que nunca e sem data para terminar. Por isso, se algum prego chegar a você e perguntar: "Você pega onda de morey?", não perca a paciência e deixe pra lá. Na pior das hipóteses, você estará homenageando Tom Morey, o cara que transformou em realidade o melhor dos nossos sonhos.
Era o dia 9 de julho de 1971 - e o bodyboarding estava nascendo !

Fonte: Venta






Foto: Tom Morey, e sua morey boogie.

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